Recentemente escrevi um artigo a respeito da mobilidade urbana, enviado pela ACIF - Associação Comercial e Industrial de Florianópolis para o Diário Catarinense. O artigo foi publicado, em versão resumida, no dia 11/04/2012, reproduzido abaixo:
Abaixo, disponibilizo a versão completa:
"Se posso me atrever a
opinar sobre o tema da mobilidade urbana, minha opinião é de que não há bala de
prata que acabe com o problema. As dificuldades do planejamento urbano
encontram as diferentes facetas da realidade de cada município e cabe a cada
governante trabalhar com as ferramentas à sua disposição, orçamentárias,
tecnológicas e humanas, para acomodar a necessidade imprescindível de seus
moradores locomoverem-se, rápida, eficiente e confortavelmente. Não há grande
centro urbano que não enfrente o problema de acomodar transporte público,
carros, caminhões, motocicletas e pedestres em suas vias. Mas há, com certeza,
cidades que conseguem resultados muito mais positivos que os exibidos por
Florianópolis. Muito se fala sobre a solução curitibana, de vias exclusivas
para ônibus e um sistema integrado. Também se aventa a construção de metrôs e a
inclusão de embarcações, como barcos, balsas e catamarâs, ao sistema de
transporte público da cidade. O que pude ver pelo mundo, nas cidades que
visitei, como Paris, Cingapura, Boston, Miami, Washington, Nova Iorque, Lisboa,
Amsterdã, Buenos Aires e outras, é que a solução para o problema da mobilidade
urbana passa por planejamento apropriado, que leve em conta as características
próprias do município e zonas conurbadas, e que atue além do espaço temporal de
um mandato. Todas essas cidades empregam uma multiplicidade de meios de
transporte e levam em conta como sua população vive, trabalha, movimenta-se e
ocupa os espaços urbanos. O planejamento, a execução e o controle da malha de
transportes de nosso município deve ser realizado profissionalmente, por quadro
técnico competente e levado a cabo independentemente das vontades políticas de
ocasião. É pelas vias urbanas que os bens e pessoas circulam, logo, as
dificuldades interpostas ao trânsito destes também são obstáculos ao
crescimento de nossa riqueza combinada. Pense bem: quantas horas de trabalho
são perdidas em engarrafamentos? Quantas ordens de fabricação ou pedidos de
compra e venda são atrasados por conta dos mesmos? Quantos turistas vêm e nunca
mais voltam? Quanto movimento os bares, lojas, cinemas e restaurantes perdem
porque o cidadão prefere passar o final de semana em paz em seu lar do que
enfrentar vias lotadas? É esta concepção de que a liberdade de ir e vir envolve
condições de segurança, eficiência e conforto para sua municipalidade que
precisa permear o pensamento de nossos governantes, que, por sua vez, devem
fazer uso de todos os meios disponíveis, conhecer diferentes soluções e
tecnologias e estar dispostos a enfrentar as dificuldades que naturalmente
advém de levar a cabo grandes projetos urbanos (orçamentárias, legais, desgaste
público, etc.). Florianópolis precisa andar mais rápido."
Flávio Augusto Serra Kauling.