Professor de História e Administração de negócios da Universidade de Harvard, o escocês Niall Ferguson explica em uma rápida palestra o que ele chama de 6 "killer apps", ou aplicativos matadores, que produziram a riqueza no ocidente.
Em resumo, Niall demonstra que são o conjunto de leis do Estado de Direito que garantiu tal prosperidade, e avança com a palestra.
Segundo o professor, até os 1500, as sociedades orientais eram mais ricas que as ocidentais, o que começou a mudar nos anos 1800. Desde então, até os anos 1970 (73, para ser mais exato) as sociedades ocidentais (Europa ocidental, EUA, Austrália e Canadá) explodiram em riqueza, sendo que. em 1973, um americano médio era 20 vezes mais rico que um chinês médio.
Niall demole os mitos mais comuns associados a esta mudança econômica, que são:
1 - Mito: O imperialismo é a causa. O professor Niall demonstra que impérios existem há muitos milênios, e apenas desde 1800 que se tornaram tão prósperos;
2 - Mito: região geográfica deve ser uma das causas. Citando os exemplos das Alemanhas, separadas no pós-guerra, em que uma, a comunista, produziu os piores carros do mundo, enquanto a ocidental capitalista produz Mercedes; assim como o exemplo das Coréias, separadas nos anos 50 e hoje muito distantes em todos os indicadores possíveis, Niall encerra o assunto rápida e eficientemente, com a lógica fria dos anglófonos. 2 exemplos de povos divididos, que, em pouco tempo, dividiram-se totalmente.
Niall explica (e fundamenta!) que os 6 "aplicativos " são:
- Concorrência:
- A concorrência entre instituições e empresa motivou a evolução da sociedade e tecnologia.
- A revolução científica:
- Enquanto as sociedades orientais se voltavam para a burocracia confuciana ou a teocracia muçulmana, as universidades se firmavam como fonte da ciência e instituição central na sociedade; Só existem as verdades que podem ser comprovadas cientificamente.
- Direitos de propriedade privada:
- Cidadãos só competem e formam instituições se houver garantias de que seus bens serão protegidos.
- Medicina moderna:
- A medicina dobrou a expectativa de vida e a saúde das populações ocidentais (e de suas colônias...);
- A sociedade de consumo:
- Tão atacada como a causa de todos os males na academia brasileira, a sociedade de consumo é a mola propulsora da indústria. Só há estímulo para fabricar mais e melhor e mais rápido se houver a demanda por novas e melhores coisas.
- A ética do trabalho:
- O trabalho dignifica o homem. Tal adágio conflita com a visão latina de "lavoro - labor", ou trabalho como sofrimento físico. Esta ética de louvor ao trabalho, que nos deixa culpados quando não somos produtivos, é uma das raízes da riqueza.
A excelente palestra pode ser conferida aqui:
Para mim, foi muito interessante assistir a um historiador barbeado, que fala de administração e riqueza sem conotação negativa. No fim, o palestrante afirma que as sociedades ocidentais estão perdendo alguns desses valores, e o resto do mundo, inclusive o Brasil, está se aproveitando deles, que estão livres para "download" e aplicação.
Só fico triste de perceber que há setores, mesmo na academia, que profetizam o atraso, buscando destruir cada um dos avanços acima, como se fossem "maus". Pense no corporativismo e Estatismo defendidos pelo atual governo, se não é uma afronta à concorrência (como mostra a recente alta nos impostos de importação de automóveis). Lembre da onda "new age", com florais para cá, benzeduras para lá e abrigo de toda essa bruxaria sob o Estado, sob o título de "pluralidade" cultural, que afronta a revolução científica e a medicina moderna, também sob ataque da Anvisa, corporativista e preconceituosa.. Veja como o MST, ataca os direitos de propriedade dos empresários rurais. Perceba como a sociedade de consumo é atacada por "administradores" em artigos de periódicos concorridos, e como a ética de trabalho é pisoteada pela ênfase no funcionalismo e os insuportáveis tributos que oneram o empreendedor privado.
Se você deseja assistir mais do professor Niall Fergusson, há uma série de tv produzida e estrelada por ele com vários capítulos disponíveis no Youtube.
Flávio Kauling.
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