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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO ENSINO SUPERIOR - OPORTUNIDADE OU AMEAÇA?

EAD - Educação a Distância

A Educação a Distância, ou EAD, é uma modalidade de acesso à educação que, embora não seja novidade, tem ganho força e vigor nos últimos anos, graças aos consideráveis avanços em computação e telecomunicações e seu fácil acesso às massas.
No âmbito da Educação Superior, mormente em sua dimensão Ensino, a EAD enfrenta grandes resistências por parte do mercado de trabalho e de professores, que a percebem como uma ameaça (no paradigma da análise SWOT - Forças, Fraquezas, Ameaças e Oportunidades, oriundo do marketing, ameaças são fatores do meio externo que precisam ser enfrentados, sob pena de prejudicar a empresa ou pessoa). As empresas de educação, ou grupos privados (e públicos) de ensino, a vêem como Oportunidade, ou fator do meio externo a ser explorado com vantagens. Quem está certo? O docente ou o gestor universitário?

Cenário Brasileiro da EAD

Vamos analisar o cenário. Qual é o ambiente externo das organizações de ensino? Como se configura o mercado da educação e a legislação que rege o setor?

Quanto à legislação, pode-se citar o artigo 80 da LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação, nº 9.394 de 1996), que reza:
"Art. 80. O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada."
Ademais, os cursos em EAD no ensino superior não podem ser discriminados pelo mercado. Ou seja, do ponto de vista legal, a EAD veio para ficar e os empregadores vão absorver a massa de alunos oriundos desses cursos, até porque todo o curso presencial eventualmente terá etapas a distância.

Quanto ao mercado, temos, do lado da oferta, instituições de ensino que, como toda organização com fins lucrativos, buscam bons indicadores de desempenho, lucro operacional, EBITDA, etc. O que torna as disciplinas on-line uma presença obrigatória em cursos diversos, pelo baixo custo operacional que possuem (há um professor conteudista, que faz a apostila, e, talvez, grave as aulas. O resto é custo de infra-estrutura de informática, coisa que as escolas e Instituições de Educação Superior já possuem). Do lado da demanda, temos alunos que já assistem aula dependurados em computadores, tablets e smartphones, e que, com raras exceções, não aguentam ficar parados na carteira por uma aula, quem dirá um período inteiro, tornando-se, assim, candidatos naturais a se tornarem clientes de EAD.

Logo, para as IES, a EAD é uma tremenda oportunidade.

Os docentes a observam como ameaça pois percebem a sua irrelevância iminente - podemos vir a ser todos substituídos por video-aulas - o que, guardadas as proporções da hipérbole, tem um fundo de verdade.

- Mas, se a onda da EAD não vai desaparecer, o que podemos fazer? Como diz o velho adágio "se não pode vencê-los, junte-se a eles".

Conclusão - Preparo e reciclagem

A conclusão lógica é que precisamos, como docentes, nos preparar para esta onda. Sejamos surfistas dela, não vítimas indefesas do tsunami tecnológico que está varrendo as IES. Precisamos nos educar para as novas tecnologias, sermos professores conteudistas e nos prepararmos para encontrarmos o aluno e as IES no campo de trabalho digital de nosso século. 

Outras opções, como a luta sindical pela erradicação da EAD são apenas esforços vãos, que podem apenas adiar o inevitável - a transformação da maneira de dar aulas, de ensino plenamente presencial para algo entre o presencial e o virtual, cujo formato definitivo apenas começa a se apresentar.

É preciso adquirir as Forças (conhecimento em informática, oratória para câmera, técnicas de construção de apostilas) necessárias para eliminar as Fraquezas que ora temos, e transformarmos a EAD de Ameaça em Oportunidade de crescimento profissional. Nós e nossos alunos só temos a ganhar com tal postura.

Flávio Kauling.





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